22 fevereiro 2012

Blankets



Acabei de o ler há uns dias e ainda não estou certa de conseguir transmitir o tanto que este livro me marcou.

Se, por um lado, foi um comic book que descobri por mim (não foi, como é hábito, recomendado por terceiros - que eu não costumo ler bd), foi também uma espécie de amor à primeira vista. Encontrei-o por acaso, peguei-lhe, empatia imediata - e nunca mais me saiu da cabeça.

Blankets é também uma bd fora do normal - não há super-heróis, personagens fictícias ou vilões. Aliás, é uma autobiografia do autor. É um livro como outro qualquer, que podia estar escrito em texto corrido, mas que por mero acaso, foi desenhado, ilustrado - e de uma forma soberba. As palavras são um mero complemento, ainda que marcantes e certeiras.

Os sentimentos têm um cenário que os acolhe, as emoções revelam-se em diferentes padrões que lhes são associados. É quase uma sinestesia onde o 1º amor e a descoberta do "eu", à revelia de uma educação profundamente religiosa, se cruzam a preto e branco num livro que não precisa de cores. Pelo meio, são inúmeras as referências à cultura indie-pop dos anos 90 que surpreendem o olhar atento.

Ao chegar ao fim fiquei triste, porque nunca mais o vou poder ler pela 1ª vez. E isso é o melhor que se pode dizer de um livro. Tornou-se um livro-amigo.

Incerto, a espaços crú, sobretudo ternurento - a apreciar lelicada e completamente, como todos os outros bons momentos da vida. Ainda que sejam temporários. Ou por isso mesmo.

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