31 janeiro 2011

Expliquem-me lá...

Porque é que todos os homens, depois de se barbearem, põem o after shave à bofetada?


Auto-punição? Mania de macho? Síndrome genética de Esbofeteamento Pós Barbeal? :-|
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28 janeiro 2011

Do urgente e do importante

Uma colega minha usa frequentemente como mensagem de status nos chats a citação "Como sempre, o urgente não deixa tempo para o importante". E desde que a li que não consigo pensar em melhor definição para o meu dia a dia. Bem sei que toda a gente tem as suas obrigações, que não podemos andar sempre a fazer o que queremos, que "isso é que era bom!" etc e tal. E sei que tenho sorte, tanta sorte que nem me devia ser dado o direito a queixar-me. Sei isso tudo, mas às vezes custa. Muito.

Custa não saber o que é chegar a casa e poder simplesmente não fazer nada, fazer o que quiser ou me apetecer.  Custa ter semanas a fio dedicadas sempre ao mesmo, fixas, independentes da minha vontade. Custa, sobretudo, não poder às vezes parar o relógio, não poder desdobrar-me e fazer tudo ao mesmo tempo, ver a vida dos outros a moldar-se à nossa ausência; custa ainda mais quando sou forçada a seguir o caminho da razão e não o do coração.

Mas o coração, esse, está sempre com a mesma pessoa, a tempo inteiro. E isso não me tiram.
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24 janeiro 2011

Adenda ao post anterior


Paracetamol superhero is your friend.

:-D
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Dói-me a cabeça. A sério, dói mesmo, não aquela dor de rebentar, mas aquela moínha constante, como o zumbido que fica depois de um concerto mas mais aguda e mais acima.
Depois dói-me a boca toda e os dentes que continuam enjaulados no aparelho, o céu da boca porque ontem me queimei a beber chá chinês, tenho os lábios rebentados do frio e nem camadas mega espessas de batôn dão com a coisa. O creme novo da cara reactivou-me o eczema e o pescoço - ai o pescoço! - dói de cima abaixo e a olhar para qualquer lado. As costas nem se mexem e não tarde têm a marca da cadeira. Já dormia, mas acho que faço 1º outro café, não vá resultar. Ah, e claro, tenho os pés frios.

Pronto, era só isto.

A somatização é fodida tramada.
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20 janeiro 2011

312 Discussões por ano??? Livra!

Segundo um estudo recentemente publicado, os casais britânicos discutem em média 312 vezes por ano. Isso mesmo, leram bem. TREZENTAS E DOZE VEZES!
Apesar de a notícia não especificar qual a média diária, considerando que o haver molho ocorre 1x\ dia, isto dá apenas 53 dias de paz. Ora cá para mim isto não era uma relação, era um inferno. A não ser, claro, que os britânicos que dão o nó sejam pessoas que só estão felizes quando estão aos berros, um pouco ao estilo I'm only happy when it rains e, nesse caso, pois que sejam felizes, cada um é como cada qual, mas confiram antes que o parceiro também gosta de reboliço, caso contrário o melhor mesmo é ir vendo os preços dos advogados…

Pelos vistos, o dia mais comum para as discussões são as Quintas-feiras, às 8 da noite. Ora isto percebe-se. Nada como uma Quinta feira à noite para o feeling de Nunca mais é Sábado estar no seu auge. Duram cerca de 10 minutos - não explicam se depois há make up sex, mas dada a frequência das discussões e as médias normalmente atribuídas ao nº de relações sexuais\ semana (sim, sim, são os das caixas de 12 control), diria que não.

Ora o menos surpreendente disto tudo, é que os casais discutem por nada - ie, ninharias e tarefas domésticas, mas o motivo exacto é diferente para homens e mulheres - típico.

Parece que as gajas ficam irritadas por exemplo com:
  • Fazer zapping entre canais de TV - certo, irritante, não se vê nada, uma perda de tempo. O que é estranho é que aparentemente este motivo também está no Top 10 das irritações masculinas (seriously, também há mulheres com a POC do zapping? Essa para mim é nova). Ora a solução para isto é fácil: deitem fora o comando! Se tiverem os 2 que levantar a bunda para mudar de canal, é certo e sabido que o irão fazer menos vezes. E fazem exercício. Tau! 2 em 1!
  • Não baixar a tampa da sanita - lar que é lar é democrático, logo, a menos que hajam crias para o desempate, a legitimidade da tampa para cima é a mesma da tampa para baixo, ou não?. Irrita porquê? Ditadoras Exigentes pah!
  • Deixar chávenas sujas pela casa - saiam para tomar café que já não sujam nenhuma. Ou façam a ronda ao fim do dia e ponham tudo para lavar; afinal, pelos vistos ambos os sexos fazem isso.

Já os homens, irritam-se com:
  • Demorar tempo a arranjar-se - é tudo uma questão de perspectiva. Nós não demoramos. Usamos o tempo necessário. :P
  • Reclamar que ele não faz nada - se mulher reclama por isto, é porque ele não faz mesmo nada, temos pena. Machistas.
  • Encher demasiado o caixote do lixo - chama-se aproveitamento de recursos. DUH!
  • Assistir a telenovelas - seriously??? Telenovelas??? Isso irrita qualquer um!!!

Ora, lendo o artigo completo, com todos os motivos de discussão e sabendo que foi encomendado por uma loja online de artigos e peças de casa de banho (!!!), prevejo num futuro não muito distante:

  • Sanitas automáticas, que baixam e sobem o assento de acordo com o género do elemento que entrou na wc. Detecção hormonal via chip incorporado.
  • Uso automático do autoclismo em cada lar
  • Porta rolos a ser substituído por dispensador automático de papel higiénico, com botão de bloqueio de telecomandos incorporado.
  • Chuveiro com aspirador incorporado - para os pêlos e cabelos e lenços e… coisas.
  • Piaçaba com punch-mode - para o caso de a discussão ficar feia.

Até lá, olhem, ocupem-se, que tanta discussão por tão pouco parece-me coisa de quem tem demasiado tempo livre.

(Dito isto, vou só ali discutir com o meu gajo por causa da sanita e lavatório sujos, da luz da WC acesa desde ontem, da toalha molhada que ficou em cima da cama e, profilacticamente, pelo zapping que vai fazer à noite.)*


* Não, não vou, descansem.
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A minha gata...

Passa tanto tempo no meu colo quando estou a estudar que começo a desconfiar que percebe mais disto do que eu...
Vou começar a pensar onde a esconder nos dias dos exames...
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15 janeiro 2011

Um uivo transversal



Tive o bom senso de não me deixar levar pelo furacão emocional que o estado de stress impõe e, tal como previsto, rumar ao S. Jorge para assistir ao espectáculo "O direito à diferença", uma homenagem a António Sérgio.

Abro aqui um parêntesis para esclarecer que ouvi muito o António Sérgio; que o meu padrinho ouvia o Som da Frente.  Tal como ouvia Pink Floyd, à semelhança do meu pai, banda que, adequadamente, me acompanhou durante todo o dia da homenagem. É quase coisa de família. E se é verdade que isto dos gostos também se educa, na música, como noutras tantas coisas da vida, também tive os meus mestres. Os programas de autor do painel nocturno da 3, com o Calado, o  Álvaro Costa e o Henrique Amaro. E, claro, a Hora do Lobo. Os uivos que irrompiam a madrugada, tantas vezes de luz apagada,a voz grave, a familiaridade, o conforto de um "velho conhecido", a K7 preparada no leitor para o caso de passar aquela música. Não existiam mp3, iPods ou torrents (os meus filhos hão-de achar-me tãããoooo jurássica!). E era da rádio, daqueles programas, daquelas vozes, que vinha a música. Não posso por isso deixar de sorrir ao ver esta lista de músicas "que fazem parte da história de António Sérgio", que é uma espécie de sala recheada de amigos; fico logo aconchegada na Downtown Train do Waits, rendo-me à Atmosphere dos Joy Division, a Winning lembra-me que foi precisamente o álbum do Som da Frente que me apresentou os The Sound, o sabor agridoce e nostálgico da Fade into You dos Mazzy Star, as folhas caídas no October dos U2, o ritmo desenfreado do Sex Beat dos Gun Club. A lista não vai ainda a meio e já pisquei o olho a tantos outros, enquanto registo os poucos que não conheço para depois ir procurar.

Fui, por isso, ao S. Jorge. Não pelas bandas que lá iam, mas para homenagear um dos meus mestres, naquele que seria o dia do seu 61º aniversário. E confesso que estava à espera de uma coisa diferente, já que nisto de homenagens esperam-se discursos, testemunhos, uma lágrima envergonhada a fugir pela face. Mas não foi nada disso. Foi um espectáculo nú e crú, com as bandas a desfilarem pelo palco, sem artifícios a esconderem os cabos trocados nos intervalos, agarradas às guitarras como se aquele fosse o último dia que têm para provar ao mundo que não, o rock não está morto, consegue pôr toda a gente em pé e fazer tremer todas as peças da casa de banho do S. Jorge.

E esta foi, sem dúvida, a melhor homenagem que se poderia prestar a António Sérgio. Uma festa de anos com bandas que ouviu e ajudou a crescer, sem lamechices, elogios fúnebres, palavras de arestas limitadas pela educação; uma festa de anos que encheu as medidas aos presentes e pôs a Ana Cristina Ferrão a dançar toda a noite. Porque as pessoas não são quem apregoam ser; são as atitudes que tomam e o legado que deixam. E o legado de António Sérgio é grande: deu música a muita gente, de todas as idades, como ficou provado ontem no S. Jorge onde uma mão cheia de gente, de teenagers a cinquentenários, o homenageou. Não com um Requiem, mas com umas guitarras bem esgalhadas.
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10 janeiro 2011

O raciocínio médico ou Preces

O trabalho médico tem muito de detectivesco.
Repare-se na história clínica, por exemplo. Consiste, em parte, na execução de um questionário, metódico e sistemático: o que dói, quando, como e onde. Mas não se fica por aqui, claro. Cada sintoma é discutido até ao mais ínfimo pormenor. A dor, por exemplo, não se limita a existir ou não; não basta saber onde. É preciso quantificar a intensidade, saber o que desperta a dor, o que a alivia, há quanto tempo dura, que tipo de dor é. E, tal como os detectives, os médicos também se deparam com respostas falsas, umas mais inocentes do que outras. Inocentes, sim.
Atente-se no exemplo clássico da velhinha de 200 anos, a quem se pergunta se tem outras doenças, se faz medicação em casa, se já alguma vez tinha estado internada. Não, não e não, responde-nos, categórica. Mas não podemos ficar por aqui. E, esmiuçando-se a questão, descobre-se que já fez 50 cirurgias, tem Hipertensão e Diabetes desde tempos jurássicos e, mais ainda, quando perguntamos se toma comprimidos para a tensão, responde com ar ofendido "Claro que sim!", agora não havia de fazer comprimidos para a tensão. Pffff!
Há também, claro, mentiras menos inocentes, como o doente que sofre de alcoolismo crónico e que jura a pés juntos não tocar em álcool há que tempos, Srª Drª. Tal como o detective, o médico tem que saber quais os resultados analíticos que o desmentem e que, portanto, constituem prova do consumo.

Ora eu não sei de que armas se munem os detectives para fazerem o seu raciocínio, em que teorias baseiam as hipóteses de culpados, mas em Medicina este raciocício é um constante desafio.
Há, por um lado, o conhecimento básico. Que, ao contrário do que se julga, não é feito simplesmente à base de empinanço; exige, sim, um raciocínio lógico. A nível molecular, a agressão x desencadeia a resposta y, com produção da molécula xpto, que por sua vez actua nos receptores tal e coisa, que formam os mensageiros coisa e tal, que por sua vez estimulam a produção de abcd, que por este e aquele e aqueloutro mecanismo explica o facto de o doente ter, sei lá, taquicardia. Este tipo de coisas tem que se perceber e, mesmo que não andem no bolso de trás dos nossos neurónios sempre, acessíveis por inteiro como convinha, são resgatadas para a memória de trabalho com uma facilidade relativa.
Depois, claro, há coisas que é mesmo preciso empinar. Pega-se nos livros e estudam-se os capítulos de cardio sob taquicardia intensa, depois hiperventilam-se os pneumo, faz-se uma perninha à hematologia, acendem-se as velas ao pegar em nefro, puxam-se os cabelos com equilíbrios hidro-electrolíticos, fazem-se promessas de o dia seguinte ser o eleito para arrumar de vez o ecg e por aí fora. Este aspecto da coisa é, por sua vez, aparentado com o big bang: começa de uma coisa pequenina, no caso a célula, descorre-se o novelo em multiplicações, travessas, caminhos alternativos, becos sem saída e outras que tais e, vai-se a ver, desembocamos numa coisa tentacular, cuja expansão é claramente infinita.

Posto isto, nada serve quando se chega à frente do doente e é preciso saber o que fazer e depressa. Não há tempo para abrir o arquivo, aceder à pasta cardiologia, sub-pasta taquicardia, rever a lista empinada das causas, pegar nos esquemas de raciocínio e, com eles, perceber a coisa. Não. É preciso actuar logo, de forma instantânea, quase tão automática como conduzir, mas sempre sem deixar de pensar no que se está a fazer e porquê.
Ora para o conseguir, é preciso ser Sherlock Holmes (Agatha Christie para as senhoras, sff), sim, mas também, sei lá, um pouco de Renoir e de Dali, porque às vezes é mesmo preciso arte e, aqui é que a porca torce o rabo, experiência.
Experiência para perceber como lidar com as situações, para pensar sobre elas com base em todos os conhecimentos que foram adquiridos ao longo do tempo, substanciar os raciocínios, tornar o tal bolso de trás do neurónios ele próprio infinito para que caiba lá  o que nos faz falta de imediato e que vai-se a ver é quase tudo e, por fim, dar cabo das airosas, arrumadinhas e estanques pastas e sub-pastas e relaciona-las num circuito enorme, cheio de setas, causas e consequências que, desconfio, chegaria daqui à Lua - eu diria Plutão, mas vou-me ficar pelo optimismo.
E esta última parte é sem dúvida o maior desafio; a parte mais difícil e mais suada da coisa. E, pese embora o facto de as outras terem pois claro as suas lacunas, que ninguém é perfeito, é esse o meu trabalho agora. O tal circuito enorme e infinito, que isto das pastas já não chega.

Medo.

Por isso Deus, Ála, sortes, fados, destinos, dêem-me por favor a paz de que preciso para me concentrar, um tanto ou quanto de genialidade para conseguir e, para não variar, o prémio do euro-milhões pode continuar a ir para os outros, porque com dinheiro e força nas pernas há sempre a hipótese de eu fugir.
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06 janeiro 2011

Dia típico? Nem por isso!

Ontem podia ter sido um dia normal, mas não foi.
E sim, como todos os dias andei à porrada com o despertador até o meu nível de consciência ser qb para perceber que tinha que me levantar. Sim, saí de casa a correr, chaves de casa e do cacifo ao pescoço, copo de leite e café a misturarem-se alegremente na meia de leite gástrica matinal (sim, que eu bebo as 2 coisas mas em separado), esbaforida, para largar tudo no chão, fazer as trocas de roupa que se impõem, bata check, esteto check, correr para o serviço, correr NO serviço, fazer história clínica, pensar a mil à hora, levar na cabeça, comer uma sopa, faltar às aulas para estudar, pensar que ia ser bonito ir ao treino à noite sem adormecer de bochecha espetada no Jo, ir a outra aula e procurar desesperada a folha de assinaturas... Tudo normal até aqui, portanto.

Mas, depois, fiz uma pausa e fui a uma palestra (que me fez ir a correr para casa às 20:30, comer uma fatia de pão, vestir o hakama e ala para o treino que se faz tarde), mas valeu a pena. E valeu também a pena porque fiquei a perceber melhor o que é afinal a Operação Nariz Vermelho.

Já todos ouvimos falar deles, claro. Mas, até ontem, confesso que não dava muita importância. Ah, yah, são uns gajos que metem uma bola vermelha no nariz e tentam animar a malta no hospital. E eu que até nem gosto muito de palhaços, nunca tinha pensado na importância do trabalho que fazem. E é por isso que escrevo este post. Para que quem, como eu, nunca tenha pensado nisso, o faça agora. Porque, se reflecti sobre isso, foi por ouvir testemunhos na 1ª pessoa.

Imaginem uma criança que está internada meses a fio. Não pode sair do hospital para brincar, muitas vezes não pode mesmo sair da cama. A doença que a amarra à cama pode não ser grave, mas pode também ser uma sentença. O dia de hoje pode ser incerto, não se pensa no amanhã; há apenas o aqui e o agora. E o aqui e agora é triste muitas vezes, desconfio que quase sempre entediante. O tempo é lento para tudo, menos para as doenças que roubam a vida demasiado rápido.

Mas, de repente, um figura engraçada entra pela porta, bate nela, faz a criança rir, distrai-a das agulhas, das máquinas em volta, das paredes brancas. Fá-la rir, faz rir os pais sempre sisudos, a enfermeira, o médico; brinca com tudo e põe toda a gente a brincar.

Já pensaram no que isto muda? O dia deixa de ser aquele em se levou uma pica, aquele em que a mãe chegou mais tarde, aquele em que doeu mais; passa a ser o dia dos Doutores Palhaços. E isto mexe tanto com os miúdos que, dizem-me, quando podem ter alta, pedem para ficar mais um dia, porque o dia seguinte é o dia dos palhaços.

E, com isto, até lembrei desta música, da qual eu gostava tanto em criança quando, como todas as crianças, gostava de palhaços... Porque não ajudar? É só ir ao site saber como.


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04 janeiro 2011

Dominion


Aqui a menina viu um destes dias uma caixinha apetitosa com uma expansão do jogo Dominion e achou que semelhante coisa seria uma boa aquisição. Ora o meu menino, sempre atento, ofereceu-me o jogo pelo Natal, de maneira que desde então temos passado bons momentos a jogar (mais ele que eu, porque ele ganha quase sempre ahahah). Não sendo tão estratégico nem elaborado como o vampire, não deixa de proporcionar um excelente serão.

Eu ia dizer que podiam saber mais sobre o jogo aqui, mas dado que este blog tem 2 leitores, um que mora comigo e outro que já me chateou a cabeça pela falta de posts :P, será mais prático experimentar, não? :)
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Decisões de ano novo, eu?

Tive um professor de inglês que achava piada ao facto de nós, tugas, pedirmos desejos com as passas em vez de tomar decisões de ano novo. Na opinião dele, era um absurdo, já que assim se sacudia a água da capota, pois que seja o destino a decidir se me dá ou não estas bênçãos, que eu por mim não me dou ao trabalho de mudar nada.

Pois eu cá acho que com desejos estamos muito bem. Sendo certo que os desejos, ao contrário das decisões, caem bem no goto conformista nacional, certo é que tomar decisões às vezes é mesmo chato. Depois, como povo indeciso que somos, temos tendência a tomar decisões que são do piorio. Vejamos.

Decisão muito comum de ano novo: deixar de fumar. Pôr o maço no lixo às 12 badaladas. Claro que o melhor momento para deixar o vício é exactamente numa noitada de copos, amigos e bebedeira. Assim sendo, o mais comum é a dita decisão ter uma duração nunca superior a meia hora, afinal de contas somos humanos e, que caramba!, é dia de festa!, pelo que a decisão se adia, mais coisa menos coisa, por mais um ano. Para o ano que vem é que é!


Outro bom motivo para  as nossas decisões serem, em geral, tão falíveis, é o facto de haver por aí muita boa gente a tentar mudar quem é. Ah, e tal, este ano vou-me lamuriar menos, vou resmungar menos, vou ser mais isto ou aquilo. Sim, claro, ao fim de n anos a ser quem somos, é mesmo uma decisão que nos vai mudar. Decidimos mudar de personalidade e voilà! Naaaaa!!! Há quem defenda que a personalidade se constrói nos primeiros anos de vida; outros, defendem que é na adolescência. Seja como for, somos sempre resultado das nossas experiências e vivências, pelo que, salvo raras excepções, tais decisões estão ainda mais condenadas ao fracasso.

Posto isto, é claro que se podem tomar decisões de ano novo, não digo o contrário. Mas eu cá sou mais de ir decidindo no dia-a-dia, em função da vontade, força e necessidade. Assim sendo, a única coisa que fiz foi mesmo por na estante os livros que eventualmente vou ler este ano. Só naquela de não ter que os procurar depois.
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