30 abril 2012

Vai-te emboooorrraaa!!!!

Eu já tenho os estágios, a tese, o curso, o inesgotável H, trabalhos, apresentações. Os meus dias têm geralmente 15h non stop.
Faço questão de manter as minhas leituras nocturnas, seguir uma meia dúzia de séries, combinar uns jantares, cafés, almoços, passeios, namorar, escrever, ter tempo para mim e para os meus.
Tudo isto ocupa-me o tempo quase todo. O que sobra é para dormir.

De maneira que eu vinha cá queixar-me do vírus que agora decidiu roubar-me tempo de sono e de tudo, já que isto de estar sempre a limpar o nariz é uma perda de tempo evidente.

Mas depois decidi que lhe ia dar um pontapé no rabo com cafeína e cêgripe e repetir o processo até o sacana perceber que claramente se alojou no hospedeiro errado.

Por isso, meu rapaz, põe lá a trouxa às costas e desampara-me a loja. Conheço uma série de hospedeiros que ficarão felizes de te albergar e assim terem desculpa para não fazer nenhum. E nem precisas de muitas cópias.
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23 abril 2012

O médico de Ispahan


"O médico de Ispahan", previamente conhecido, devido a um erro de tradução, como "O Físico", conta a história de Rob Cole, um rapaz inglês que, depois de ficar órfão, se junta a um Barbeiro-Cirurgião, mentor de malabarismos e artes da cura. É junto do Barbeiro que Rob descobre que tem um dom especial, possível maldição convertida em talento quando ele decide atravessar o mundo para aprender Medicina na Pérsia, com Ibn Sina.

É este o mote para uma longa viagem, uma travessia por diferentes hábitos e culturas, onde a religião tem um papel que é, a espaços, conflituoso e unificador. Numa era em que a Medicina é mais intuída do que científica, Rob / Jesse desafia as leis para tentar descobrir o que causa a  Doença do Lado - uma doença que começa com vómitos e dor na parte inferior direita do abdómen, capaz de matar em poucos dias.

Sendo inegável que, para mim, o livro despertou interesse pela vertente médica e de história da Medicina, não deixa de ser uma boa leitura para todos aqueles que gostem de romances históricos e que queiram saber um pouco mais acerca de diferentes culturas e religiões.

Adenda: Habituada que estou a ler os livros nas suas versões originais e tendo lido a tradução portuguesa deste O Médico..., não deixa de ser triste perceber a fraca qualidade das nossas traduções, que quase me fizeram largar o livro na 2ª página... Sem dúvida uma leitura a repetir daqui a uns anos, mas na versão original.
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13 abril 2012

Take a deep breath


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11 abril 2012

Faz com que um dia valha a pena

Hoje é um dia em que sei, sei mesmo, que melhorei o dia de alguém.

De alguém internado, com uma situação grave. Alguém a quem estava a ser feito um procedimento com alguns riscos. Que devia estar na escola, a aprender e a brincar. E que, no fim do dia, se vai lembrar mais das brincadeiras do que dos fios, tubos e sacos.

O mérito, esse, é todo dele. E eu fico apenas feliz por ter escolhido uma vida que, não obstante tudo o resto, me permite estar presente em momentos como o que vivi hoje.
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03 abril 2012

Amigos improváveis

Ontem, aproveitando a semana mais calma para os meus lados, fomos ao cinema à noite, coisa que já não acontecia há uns bons meses.
O filme eleito foi Intouchables, filme francês que relata as peripécias de Driss, um jovem pobre dos subúrbios de Paris, quando contratado para tomar conta de Philippe, um multimilionário tetraplégico.

Desengane-se quem pensa que este é o filme com o enredo tradicional que esta primeira descrição faz adivinhar. Baseado numa história real, o filme é bem disposto - é mesmo uma comédia -, despretensioso e com actores brilhantes; faz puxar pelo lenço, sim, mas para secar as lágrimas de tanto rir.

Não é, no entanto, uma comédia de piadas fáceis e desprovidas de sentido - é antes uma autêntica bofetada de luva branca nos falsos moralismos e uma lição de vida. Afinal, qualquer um de nós pode tornar outra pessoa feliz.
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02 abril 2012

Os Ornatos e eu

Já não sei bem quando conheci Ornatos, mas pelas minhas contas terá sido aí pelo ano de 1996, quando o Punk Moda Funk começou a passar numa rádio regional, num programa de boa música portuguesa.

Comprei o Cão em K7 (gosh i feel old) e O Monstro precisa de Amigos foi a minha banda sonora no 1º ano da faculdade. Nessa altura já os tinha visto em palco algumas vezes e revi-os mais vezes ainda em Coimbra; os concertos foram tantos que, desconfio, foi a banda que mais vezes vi ao vivo. Todos os concertos acabavam com o Manel Cruz em tronco nú e eu cansada de tanto saltar.

Não saberia escolher uma música deles. Se a irreverência do Punk Moda Funk me chamou a atenção, o ambiente de A Dama do Sinal cativou-me, o pragmatismo de O Amor é isto e Débil Mental agarraram-se a mim como uma tatuagem, a simplicidade de Raquel e Letra S continuaram a ser trauteadas ao longo dos anos. Já com o Monstro, se Ouvi Dizer se tornou um hit nacional, por cá foi a Chaga a deixar marcas tão fortes como o nome, o Capitão Romance, que detestei na 1ª vez que ouvi, a fazer-me rir tantas vezes, o Dia Mau a ser lembrado com resignação dos dias que lhe fazem jús ao nome.

É também uma banda feita de muitas pessoas. Colegas de liceu, de faculdade, amigos, desconhecidos, é tanta a gente que cabe, que poderia ter uma música para cada um, mesmo que para isso fosse necessário recorrer aos temas fora de álbum, como a versão (fabulosa) do Circo de Feras ou o intemporal Tempo de Nascer.

Por isso, e apesar de o concerto de regresso aos palcos (?) ser em vésperas do Dia H, decidi que tinha que ir e foi de mau humor que recebi ontem ao fim da tarde, depois de um fim de semana passado longe do mundo, a notícia de que mais de 70% dos bilhetes estavam vendidos. Cheia de auto comiseração e rendida às evidências de que o Karma, esse sábio sacana, me estava a mandar ficar em casa nas vésperas do Dia H, acabei por ser arrastada pelo P. até à Fnac mais próxima, depois da confirmação por telefone de "há menos de 200 bilhetes".

Lá fomos, a correr. Dos momentos de espera na fila da bilheteira, hei-de sempre lembrar-me dos putos que estavam à nossa frente, a pedir bilhetes para o mesmo concerto, enquanto eu, de prego a fundo no mau feitio, resmungava "mas esta gente ainda andava de fraldas quando os Ornatos existiam, saiam mas é da frente". E do apagão que durou um nano-segundo e me provocou uma pequena arritmia. E que, se não fosse o P., eu não tinha de certezinha bilhetes a esta hora.

Porque o Amor é isto não está disponível no tubo, fica a música para embalar essas núvens indecisas que andam por aí a passear...

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