06 janeiro 2011

Dia típico? Nem por isso!

Ontem podia ter sido um dia normal, mas não foi.
E sim, como todos os dias andei à porrada com o despertador até o meu nível de consciência ser qb para perceber que tinha que me levantar. Sim, saí de casa a correr, chaves de casa e do cacifo ao pescoço, copo de leite e café a misturarem-se alegremente na meia de leite gástrica matinal (sim, que eu bebo as 2 coisas mas em separado), esbaforida, para largar tudo no chão, fazer as trocas de roupa que se impõem, bata check, esteto check, correr para o serviço, correr NO serviço, fazer história clínica, pensar a mil à hora, levar na cabeça, comer uma sopa, faltar às aulas para estudar, pensar que ia ser bonito ir ao treino à noite sem adormecer de bochecha espetada no Jo, ir a outra aula e procurar desesperada a folha de assinaturas... Tudo normal até aqui, portanto.

Mas, depois, fiz uma pausa e fui a uma palestra (que me fez ir a correr para casa às 20:30, comer uma fatia de pão, vestir o hakama e ala para o treino que se faz tarde), mas valeu a pena. E valeu também a pena porque fiquei a perceber melhor o que é afinal a Operação Nariz Vermelho.

Já todos ouvimos falar deles, claro. Mas, até ontem, confesso que não dava muita importância. Ah, yah, são uns gajos que metem uma bola vermelha no nariz e tentam animar a malta no hospital. E eu que até nem gosto muito de palhaços, nunca tinha pensado na importância do trabalho que fazem. E é por isso que escrevo este post. Para que quem, como eu, nunca tenha pensado nisso, o faça agora. Porque, se reflecti sobre isso, foi por ouvir testemunhos na 1ª pessoa.

Imaginem uma criança que está internada meses a fio. Não pode sair do hospital para brincar, muitas vezes não pode mesmo sair da cama. A doença que a amarra à cama pode não ser grave, mas pode também ser uma sentença. O dia de hoje pode ser incerto, não se pensa no amanhã; há apenas o aqui e o agora. E o aqui e agora é triste muitas vezes, desconfio que quase sempre entediante. O tempo é lento para tudo, menos para as doenças que roubam a vida demasiado rápido.

Mas, de repente, um figura engraçada entra pela porta, bate nela, faz a criança rir, distrai-a das agulhas, das máquinas em volta, das paredes brancas. Fá-la rir, faz rir os pais sempre sisudos, a enfermeira, o médico; brinca com tudo e põe toda a gente a brincar.

Já pensaram no que isto muda? O dia deixa de ser aquele em se levou uma pica, aquele em que a mãe chegou mais tarde, aquele em que doeu mais; passa a ser o dia dos Doutores Palhaços. E isto mexe tanto com os miúdos que, dizem-me, quando podem ter alta, pedem para ficar mais um dia, porque o dia seguinte é o dia dos palhaços.

E, com isto, até lembrei desta música, da qual eu gostava tanto em criança quando, como todas as crianças, gostava de palhaços... Porque não ajudar? É só ir ao site saber como.


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