04 janeiro 2011

Decisões de ano novo, eu?

Tive um professor de inglês que achava piada ao facto de nós, tugas, pedirmos desejos com as passas em vez de tomar decisões de ano novo. Na opinião dele, era um absurdo, já que assim se sacudia a água da capota, pois que seja o destino a decidir se me dá ou não estas bênçãos, que eu por mim não me dou ao trabalho de mudar nada.

Pois eu cá acho que com desejos estamos muito bem. Sendo certo que os desejos, ao contrário das decisões, caem bem no goto conformista nacional, certo é que tomar decisões às vezes é mesmo chato. Depois, como povo indeciso que somos, temos tendência a tomar decisões que são do piorio. Vejamos.

Decisão muito comum de ano novo: deixar de fumar. Pôr o maço no lixo às 12 badaladas. Claro que o melhor momento para deixar o vício é exactamente numa noitada de copos, amigos e bebedeira. Assim sendo, o mais comum é a dita decisão ter uma duração nunca superior a meia hora, afinal de contas somos humanos e, que caramba!, é dia de festa!, pelo que a decisão se adia, mais coisa menos coisa, por mais um ano. Para o ano que vem é que é!


Outro bom motivo para  as nossas decisões serem, em geral, tão falíveis, é o facto de haver por aí muita boa gente a tentar mudar quem é. Ah, e tal, este ano vou-me lamuriar menos, vou resmungar menos, vou ser mais isto ou aquilo. Sim, claro, ao fim de n anos a ser quem somos, é mesmo uma decisão que nos vai mudar. Decidimos mudar de personalidade e voilà! Naaaaa!!! Há quem defenda que a personalidade se constrói nos primeiros anos de vida; outros, defendem que é na adolescência. Seja como for, somos sempre resultado das nossas experiências e vivências, pelo que, salvo raras excepções, tais decisões estão ainda mais condenadas ao fracasso.

Posto isto, é claro que se podem tomar decisões de ano novo, não digo o contrário. Mas eu cá sou mais de ir decidindo no dia-a-dia, em função da vontade, força e necessidade. Assim sendo, a única coisa que fiz foi mesmo por na estante os livros que eventualmente vou ler este ano. Só naquela de não ter que os procurar depois.

1 comentários:

Leitão disse...

Deixar de fumar... como eu compreendo essa!!! Mas 30 minutos é bastante acima do que acontece na realidade!

Eu diria mais 30 segundos :)

 

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