03 novembro 2011

A clash of kings - George R. R. Martin

Não tenho muito mais a dizer sobre este livro, além de que "é uma coisa do demo".

Passo a explicar: o facto de cada capítulo ser narrado por sua personagem tem os seus prós e contras. Sim, é diferente e evita que a narrativa se torne tão maçuda quanto as centenas de páginas de cada volume poderia fazer supor a potenciais leitores mais preguiçosos. Por outro lado, faz com que por vezes se perca um pouco não exactamente o fio condutor da narrativa, mas antes aquele efeito de suspense do "what happens next". Se no fim de um capítulo ficamos com aquele feeling de stand by, mortinhos por saber o que acontece depois, muitas das vezes, quando finalmente nos deparamos com um capítulo da mesma personagem (tipo, umas 100 páginas depois), o pensamento é mais "o que é lhe tinha acontecido mesmo?"

Posto isto, se é certo que o A Game of Thrones é um set up, no qual cada personagem assume parece assumir o seu lugar no xadrez dos Seven Kingdoms, neste A Clash of Kings começamos a ter movimentos coordenados das diferentes partes, ainda que sempre com a noção de que a verdadeira estratégia, o verdadeiro jogo, está longe de ser revelado.

Certo é que cada livro, por si só, de pouco ou nada vale, fazendo apenas sentido no todo no qual se engloba.  Não tem princípio, meio e fim; é um pouco como a história do nosso país - temos que a conhecer até ao presente para perceber como chegamos a este estado. Se bem que, neste caso, nem isto nos chega.

E ainda assim, um livro que nem acaba de uma forma muito "excitante", deixa-nos cheios de vontade de continuar com o próximo volume e nos voltarmos a embrenhar no mundo do Bran, do Jon e da Arya, da Daenerys e do Tyrion, para não os perdermos de vista. Da mesma maneira que não queremos perder de vista aqueles amigos especiais *.

(E isto é uma coisa do demo porque eu estou a tentar ler outro pelo meio e não sei se consigo; já lhe chamo a cobaia...).

* O que é mau dado que ficou bem patente no 1º volume que o RR Martin é um sádico masoquista sociopata génio? que nutre menos afecto pelas personagens que cria do que os desgraçados corajosos  crentes  leitores que o seguem.

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