18 novembro 2011

Sobre a ignorância dos estudantes universitários em geral - e da minha em particular

Ora andou por aí a circular o belo do vídeo-reportagem sobre a ignorância dos nossos universitários. E eu, movida pela chalaça inerente à coisa, ignorei a voz que cá no fundo me dizia eh pah, não podem ter respondido todos, todos assim e vou na onda de partilhar a coisa. Afinal, para desgraças já chega o dia a dia e as notícias e aquela sempre era uma desgraça com graça. E, enfim, eu, ainda estudante universitária para todos os efeitos, juntei-me levianamente ao coro trágico do eco "ai esta geração". Porque bom, sendo mais velha que boa parte dos meus colegas, há um certo gap geracional que origina, por um lado, situações engraçadas (do estilo os meus colegas quase não se lembrarem do happening da expo 98 - porque tinham 10 anos), mas que por outro aumenta consideravelmente o nº de rugas que eu encontro procuro quando me vejo ao espelho*. Facto imperdoável, como se compreende.

É o go with flow, mas ler isto pôs-me a pensar.

Pensei, por exemplo, que se fizessem perguntas de História, seria eu a fazer figura de ursa. Que, como muito bem expressa o Bruno Nogueira aqui, há culturas grandes e pequenas em todas as idades, classes e profissões e que, acima de tudo, a cultura é uma variável dependente do contexto, dos interesses e, em última análise, da idade. Que a sobre-especialização a que chegamos em diferentes campos de interesse torna cada vez mais verdadeira a expressão cada macaco no seu galho - e que por isso mesmo o trabalho de equipa é, em muitos casos, o único que faz sentido.

Por isso, quero desde já deixar aqui o meu pedido de desculpas aos intervenientes.

Acima de tudo, a reportagem da dita revista perdeu toda a sua credibilidade. Pelos métodos usados e denunciados mas, acima de tudo, porque numa altura em que o País precisa de auto-estima, união e confiança nos pares, fez um excelente serviço público no que respeita à descredibilização daqueles que, no futuro, serão os maiores responsáveis pelo País. A malta agradece.

Afinal, somos todos simples humanos.




* mas, claro, venham-me falar cá de ladys gagas e afins que eu digo logo que a música antes é que era boa e que agora só há biebers e, enfim, cacas de músicas e gajas nuas. Aí não há volta a dar.

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