15 setembro 2012

Carta ao Passos Coelho - Pedro para os amigos


Amigo Pedro,

Participei hoje numa das manifestações mais ingratas que uma cidadã pode fazer - informar o Governo, que nos tem dado tanta austeridade e irresponsabilidade neste período tão dificil da nossa história, que os seus tempos de governação terminaram.

Não era o que gostaria de te poder dizer, e sei que não era o que gostarias de ouvir.

O nosso país é hoje um exemplo de determinação e força, e esse 
é o resultado directo dos milhares que saíram à rua. Porém, para alguns Portugueses, em particular os do Governo, essa manifestação não gerou aquilo que mais precisam neste momento: manter o tacho. Quem está nessa situação sabe bem que este é mais do que um problema financeiro - é um drama pessoal e partidário, e as medidas porque todos esperamos representam um passo necessário e incontornável no caminho de uma solução real e duradoura.

Vejo todos os dias o quanto já estamos a trabalhar para corrigir os vossos erros, e a frustração de não poder poupar-te a estas manifestações é apenas suplantada pelo orgulho que sinto em ver, uma vez mais, do que são feitos os Portugueses.

Queria escrever-te hoje, nesta página pessoal, não como mulher, mas como cidadã e como amiga, para te dizer apenas isto: esta história não acaba assim. Não baixaremos os braços até dares o teu trabalho por feito, e nunca esqueceremos que os nossos filhos nos estão a ver, e que é por eles que continuaremos, hoje, amanhã e enquanto for necessário, a sacrificar tanto as pernas e a garganta para recuperar um Portugal onde eles não precisarão de o fazer.

Obrigadinha e Boa viagem,

Mx3

(Como devem ter percebido, é uma adaptação livre do texto que Passos Coelho deixou aos portugueses no seu facebook)
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03 setembro 2012

Um aparte sobre o estado do país

Houve uma altura em que Portugal era um país porreiro - bom sol, belas praias, gastronomia do melhor, custo de vida aceitável, serviços com qualidade qb, segurança. Era um país no qual ter qualificações era praticamente sinónimo de emprego - e a falta das mesmas não era uma condenação.

 Hoje dei por mim a concluir que, excepção feita aos colegas de faculdade, 99% dos meus amigos está desempregado, tem emprego precário ou uma remuneração muito aquém daquilo que as suas qualificações fariam prever. Todos licenciados, alguns doutorados. Na maior parte dos casos, pessoas esforçadas, responsáveis, competentes. E os meus amigos são uma pequena amostra do mundo - ou do país, neste caso.

 O desemprego tem aumentado a olhos vistos e o que este governo faz? Piora a qualidade de vida dos cidadãos - ele é portagens, impostos, taxas, serviços a fechar, até a televisão pública está em perigo. Não acredito em governos milagrosos, capazes de salvar os países de todas as crises, mas numa altura em que Portugal parece um Titanic a afundar - porra!, bem que escusavam de o fazer afundar mais depressa! E não me venham cá com desculpas troikianas - isto roça o criminoso.



(É por estas e por outras que pessoas com bom emprego e que passam a vida a queixar-se me fazem sempre ter espasmos na mão com a vontade de espetar uma estalada.)
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28 agosto 2012

A apendicectomia - I

Fiz uma apendicectomia!
Agora que estão todos a pensar "Olha-me esta, não lhe chega o Harry, ainda faz pausas para ir para o bloco", deixem-me refrasear: fizeram–me uma apendicectomia.

Pois é, numa destas belas noites/madrugadas, adormeço, como é normal, no sofá a estudar e depois fui para a cama, tendo acordado, pouco depois, com umas dores dorzecas abdominais difusas, blá-blá, vómitos, posterior localização à FID etc e tal, de maneira que lá fui eu a toque de caixa para o Hospital mais próximo, com o P a conduzir a uma velocidade acima do no limite legal, que aí a coisa já tinha agravado e estamos a falar de uma Sra. Dor, do pior que este corpinho já conheceu.

Na recepção:
- E então porque é que vem cá?
- Apendicite

No gabinete:
- Então o que é que se passa?
- Estou com apendicite
- Então e está tão nervosa porquê?
- Olhe, eu acabei agora o curso de Medicina e estou a estudar para o Harrison, de maneira que 50% dos nervos devem-se ao tempo que vou perder com isto, percebe?

Risos, sorrisos, olhares cúmplices, então quando é o exame? Novembro. Ah, já falta pouco - comentário que, já agora, só poderia ser feito por quem já passou pela privação H, já que os comuns mortais ficam a olhar de lado, com cara de quem está a pensar "mas ainda falta tanto tempo!"

De referir que até este ponto eu me encontrava a conversar com internos, muito simpáticos por sinal, claramente solidários com a minha causa. Entra o cirurgião, Ah e tal deve ser apendicite, dizem os internos, pelo que o Dr se vira para mim e diz ora então explique lá, ao que eu, voltas que tinha dado aos sintomas na minha mente à procura de um diagnóstico diferencial plausível e menos consumidor dos meus escassos dias de estudo - sem sucesso, como está bom de ver - não consigo responder de outra forma que não a seguinte:
- Olhe, por volta das 6 da manhã comecei com dor abdominal difusa, com algum predomínio no espigastro, acompanhada de vómitos, com posterior localização à fossa ilíaca direita.
O Dr olha para os lados, entre o divertido e o confuso. Os internos explicam: é de Medicina e está a estudar para o Harrison - momento no qual todos na sala, incluíndo eu, começamos a pensar que o diagnóstico diferencial mais plausível seria mesmo um medical student sindrome levado ao extremo da somatização.

(... Continua...)

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29 junho 2012

Olha!, acabei o curso!

Quando era ainda uma teenager inconsciente, a viver em casa dos pais, lembro-me de um dia estar com uma amiga da família que tinha acabado o curso nesse dia. E lembro-me bem das palavras dela: "Nestes anos (os do curso) vivi os melhores e os piores momentos da minha vida". Aquilo ficou-me.

Licenciei-me pela 1ª vez há 7 anos atrás. Na altura sentia-me um pouco perdida, cheia de incertezas quanto ao futuro, tudo há minha volta era mudança - saía da cidade que tinha tornado minha, separava-me dos amigos. Tirar Medicina nem me passava pela cabeça.

Até ao dia em que decidi. Sentei-me à mesa e falei com a minha mãe. Disse-lhe o que queria, o que pensava, quais eram as minhas condições. Perguntei se me apoiava. Ela, sempre realista, falava-me de como seria difícil entrar quando vem de lá o meu pai, lançado, um brilho nos olhos, a festejar como se eu já tivesse acabado o curso.

Nunca vou saber ao certo o que me fez decidir. Costumo dizer que nem todas as vocações se descobrem antes dos 18 anos e continuo a achar que é uma idade demasiado tenra para se decidir uma coisa tão importante para a vida. Sei, sim, que foi preciso uma certa dose loucura. Que coragem que tu tens, diziam-me alguns, e eu ficava surpreendida com o comentário, não me sentia corajosa, apenas a percorrer um caminho que de repente percebi que tinha que ser o meu.

Passaram 6 anos. Seis. Olho para trás, para tudo o que vivi e não, não posso dizer que, se soubesse, soubesse mesmo mesmo o que isto era, faria tudo igual. Foi um leap of faith. Um dia de cada vez de um curso que, no 4º ano, parecia nunca mais acabar. Um dia de cada vez, a aguentar. Perdi e ganhei muito pelo caminho. Foram seis anos em que posso dizer que sim, vivi os meus melhores e piores momentos da minha vida até agora. Um dia de cada vez que me trouxeram ao aqui e agora. E, para o bem e para o mal, não me via em mais sítio nenhum.

Não sabe a mudança. Acabei a licenciatura, mas já tinha feito o mestrado. Tenho a ementa dos próximos meses mais do que definida - marrar, marrar, marrar - e continuo a rir-me desta ironia que é acabar o curso e fechar fechada em casa a estudar, Ena, acabaste o curso, que vais fazer? Estudar!

Mas sabe bem. E o que sabe melhor não é o canudo - é saber que o P, lá do outro lado do mundo, tem hoje um sorriso nos lábios por mim, ele que me apoiou sempre, que nas vésperas de exame me perguntava "mas estás doente?" e levava com o olhar 33, como ele diz, de "eh pah deixa-me mas é estudar" - continuo a perguntar-lhe como é que nunca fugiu de mim, porque eu própria acho que o faria.

E, sobretudo, que os meus pais, incansáveis, estão à minha espera para celebrar. Eu sei o esforço que fizeram por mim, sei que os últimos seis anos também não foram fáceis para vocês. E vou fazer tudo o que estiver ao meu alcance para retribuir da melhor maneira possivel.

Por isso, seis anos depois, o mais importante que tenho a dizer é isto:

Obrigada pai e mãe! 
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20 junho 2012

Wait... What???

Pois bem, agora que o P está fora eu decidi que ficar em casa sozinha com o Mr H todo o dia era demasiado deprimente (no offence, cat) e, naquilo a que se pode chamar uma medida profiláctica contra a depressão e loucura precoces (que elas lá para Novembro chegarão....), achei por bem passar a estudar na Faculdade.

O problema é que esta que vos escreve não tem na capacidade de concentração uma das suas melhores qualidades, pelo que vira folha aqui na mesa ao lado, atende telemóvel ali na mesa do canto, os espaços públicos, mesmo aqueles destinados a actividades menos prazenteiras como estudar, são coisa para me distrair da missão, já de si pouco apetecível, de estudar o Mr H.

Vai daí que teve início uma verdadeira saga de "deixa cá ver se arranjo uma boa música de fundo" (saga essa que, quando não me apetecer estudar, sou capaz de vir cá contar) que me fez chegar a uma playlist do Yann Tiersen que existe no You Tube e eu, que tenho a banda sonora do Amélie mais bem armazenada nos meus neurónios do que qualquer capítulo de Nefro (mas há esperança, há esperança...), achei que era uma boa aposta para embalar o marranço.

Ora às tantas levanto a cabeça e vejo o Sr Tiersen no vídeo, facto imediatamente captado pelo meu olho clínico e pelo meu cérebro guloso de tudo o que não seja informação do Mr H., acompanhado-se tal visão do pensamento "eh lah, queres ver que é jeitoso?", pelo que decido que nada melhor que uma pausa para googlar o nome do Sr em modo imagens - eu já vos disse que me distraio com facilidade, não já?

E eis que me sai esta pérola:


Pesquisas relacionadas: Djalo?!?!?!? Wait.... WHAT???
(experimentem, experimentem!)

Ora considerando que um é cara pálida e outro cara escura, que um é multi-instrumentista e compositor e o outro futebolista, têm nacionalidades diferentes e, bom, vamos esperar que o gosto por mulheres siga o padrão de discrepâncias até agora evidente - expliquem-me lá, a pesquisa é relacionada por causa do Y?

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19 junho 2012

State of mind


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17 junho 2012

Da greve, dos direitos e das palavras dos outros

O direito à greve em Portugal banalizou-se ao ponto de haver sites dedicados exclusivamente a informar o público geral sobre se "hoje à greve". Esse é o 1º motivo para muitas greves provocarem revirares de olhos, suspiros, desabafos de "outra vez". Não deixa, no entanto, de ser um direito que nos assiste.

Não querendo com isto dizer que há greves de 1ª e de 2ª, a anunciada greve dos médicos é, a um tempo, uma defesa pelos direitos da classe e uma defesa do SNS. Luta-se pelos direitos da classe, sim, sendo que um dos direitos defendidos é o direito a uma carreira - o direito a ter uma formação complementar, a ser um especialista, a integrar uma equipa fixa; um direito que, inerentemente, se associa à melhor prestação de cuidados de saúde.

Luta-se pelos termos de contratação, sim, mas também (sobretudo, arrisco) porque estes acarretam uma reestruturação do SNS que vai deixar os portugueses mais mal servidos. Medidas que começam a fazer o SNS implodir.

E é por isso que esta greve terá, antevenho, tanta adesão de estudantes. Não, não vão ser só os Srs Drs a exercer o direito à greve - os alunos de Medicina também vão, parece-me, largar os livros por um dia e sair à rua. Lutamos pelos nossos direitos como futuros médicos, é certo, mas também pelos nossos direitos como utentes do SNS. Lutamos pela manutenção de um SNS para o qual nos estamos a preparar para trabalhar.

Esta greve devia ser uma greve de todos - e é pena que haja quem não queira ver isso.

Esperemos que não chegue o dia em que, enterrado o SNS, não sejamos forçados a abanar a cabeça e a dizer nós avisamos.

Termino com as palavras de quem sabe muito mais disto do que eu - e escreve com muito mais eloquência.

(clicar para ampliar)

(E agora adeuzinho que vou ver o fim do jogo...)


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12 junho 2012

Discurso 10 Junho


Fui a única a reparar nestas caras enquanto Sampaio da Nóvoa dizia "Penso nos outros, logo existo"?
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05 junho 2012

Os tentáculos que estrangulam os médicos

Saíu no Expresso de ontem um artigo de opinião, com o nome "Os tentáculos da Ordem dos médicos" que, para não variar, faz os possíveis por descredibilizar a imagem da classe profissional a que, espero, em breve vou pertencer.

Não vou discutir a questão dos genéricos, uma vez que já vários profissionais me asseguraram que, apesar de a substância activa ser a mesma, alguns - poucos - genéricos têm menos eficácia/ mais efeitos adversos. Outros que não confiam na marca. Outros dizem que não há diferenças. Sinto, por isso, não ter experiência qb para comentar a qualidade dos genéricos em Portugal, mas há factos inegáveis:

- Não há um genérico, há muitos. Logo, ainda que a preço mais baixo, as características do negócio para as farmacêuticas são exactamente as mesmas. Basta uma breve pesquisa no site do Infarmed, aqui - eu pesquisei a Sinvastatina, um fármaco usado em casos de hipercolesterolémia. São 11 páginas de resultados, sendo a maioria dos fármacos colocados em quadros a roxo - o que indica que se trata do genérico. Fazendo uma restrição dos termos de pesquisa (usei como Forma Farmacêutica: comprimido revestido; Dosagem 20 mg, Embalagem de 60 unidades), é fácil perceber que, além de se manter o franco domínio do roxo, o Preço para o Utente dos genéricos varia dos 0,74 aos 8,50 euros - reforço que se trata do mesmo composto activo, na mesma dose, em embalagens com o mesmo número de unidades. Por aqui se percebe que, o facto de o médico não trancar a receita, não implica que o doente compre efectivamente o fármaco mais barato. Porque é que não há um concurso público para a existência de um só genérico?

- Já testemunhei situações nas quais é prescrito a um doente um genérico x, da marca y (o mais barato, ou um dos mais baratos), sendo que o doente volta algum tempo depois dizendo que a farmácia não tem e não pode mandar vir. E para isso dão as explicações mais sórdidas - num dos casos, o medicamento, a ser adquirido na zona da Grande Lisboa, teria de vir de Trás-os-Montes. Ou seja, e adaptando a frase do artigo que dá mote a este texto, a farmácia tem o genérico de determinado laboratório e não de outro. Porque seria?

- É público, como podem confirmar nesta notícia do DN, que as farmácias recebem bónus com alguns genéricos. Na notícia fala-se de promoções na ordem dos "compre 50, pague 100" - sem obrigatoriedade de desconto aos utentes. Residirá aqui a explicação para os genéricos disponíveis e para os que não se podem mandar vir? Mais ainda, num País em que uma boa parte da população não consegue pagar os medicamentos, porque não usar esses bónus para que quem realmente necessite possa beneficiar dos mesmos a custo zero? Será que é porque não dá lucro?


Sobre as vagas em Medicina e a inexistência de um curso nas Universidades Privadas, nem vou falar, esse já foi assunto de um outro post. Peço apenas que, caso o autor do texto tenha o azar de um dia precisar de ser internado num hospital e lhe toque um universitário, tenha a bondade de responder de forma correcta e consistente ao interminável questionário inerente à elaboração de uma história clínica que os alunos, em grupos de 5 e 7, lhe farão a um ritmo de 2 vezes/ dia. Agradeço também desenvoltura para ser visto e palpado dos pés à cabeça, partes pudendas incluídas, o mesmo número de vezes.

Já o comentário de que, quem não teve nota para entrar em Medicina, deveria processar judicialmente o Estado, tem todo o meu apoio, desde que o mesmo seja feito para advogados, arquitectos, veterinários, dentistas, biólogos, filósofos, etc. Onde é que já se viu, ter que lutar, estudar à brava e deixar de lado tanta coisa que, na juventude, era suposto poder viver e experienciar? Aliás, o ideal seria mesmo a existência de passagens administrativas até ao 12º ano e entrada automática para todos os que declarassem sem fazer figas que sentem ter vocação para a área. Só assim seria possível separar o trigo do joio e acabar com estes médicos corporativos (sic), que estudam durante 6 + 1 + 4 anos no mínimo.

Sobre os enfermeiros poderem prescrever, deixem-me que vos diga o seguinte:
- Há, sem qualquer dúvida, enfermeiros nos serviços que sabem mais do que eu. Têm experiência e já sabem qual o medicamento a dar numa determinada situação. Se sabem o porquê da escolha, os efeitos adversos possíveis e interacções, sou franca, desconheço.
- Como aluno finalista do curso de Medicina, sou a 1ª a admitir que não sei fazer prescrições em todas as situações. Se calhar é por isso que a Ordem dos Médicos, aquela dos tentáculos, só me deixa prescrever 2 anos depois de estar inscrita. 
- Ao fim desses dois anos, espero ter prática qb para que todo o conhecimento teórico que adquiri ao longo da licenciatura e que hei-de adquirir posteriormente façam sentido e ganhem corpo. Mas tenho a certeza que, mesmo nessa altura, hei-de ir a correr para os assistentes a tirar dúvidas em alguns casos.
- Se acham que os enfermeiros, com 4 anos de curso e apenas uma cadeira semestral de Farmacologia podem prescrever, pois que o façam se tiverem coragem para isso. Eu cá, quase ao fim de 6 anos, não digo a ninguém para tomar uma aspirina para a dor de cabeça, porque fico logo numa ansiedade extrema a pensar e se tem asma?/ e se tem úlcera e não me disse?/ etc.
- Os cursos de Medicina e Enfermagem são distintos por algum motivo. Cada macaco no seu galho. Eu não sei, nem pretendo saber, fazer o trabalho fantástico que muitos enfermeiros fazem. Não percebo porque é que há-de ser estranho eles não saberem fazer o meu.

Por fim, este artigo tem, temo, o mérito de reflectir e muito a opinião de muita gente. Está tudo a esfregar as mãos de contente com as notícias de desemprego na classe médica, "ai é bem feita, há para todos, não havia para eles, queres ver! Acabou-se-lhes o tacho!" É o espírito Tuga: se eu estou mal, é bem feito que os outros também estejam; ninguém pensa que haver desemprego é mau e ponto final e que o facto de ser transversal a várias habilitações profissionais só mostra o tão mal que estamos.  Mas depois, quando faz falta, é um ver se te avias de Ai Sr Dr, de querer o médico disponível, de sorriso nos lábios e sem tempos de espera a toda a hora, de vénias, se for preciso. Na melhor das hipóteses, os médicos são como os jogadores da selecção: passam de bestas a bestiais num instante. E digo na melhor das hipóteses porque isso é quando corre bem e é dado o crédito ao médico. Na maior parte das vezes é Graça a Deus. Já o desgraçado que teve o azar de estar de serviço quando deu entrada uma vítima grave de atropelamento, há-de ser sempre o incompetente que lhe deu dores nos joelhos e nas cruzes para o resto da vida - porque o condutor embriagado que atropelou a vítima não tem culpa, claro.

Tirar um curso de Medicina não é fácil. Foram muitas as vezes em que parei e pensei que diabo estava a fazer à minha vida. Se ao olhar para trás vejo 6 anos com inúmeras semanas de "não posso" (estar com amigos e família, sair, ler, ir a concertos, ir tomar um café - porque tinha que estudar), agora olho para a frente, com o exame de acesso à especialidade no horizonte, e só vejo um "nem pensar nisso". E digo-vos, 6 anos é muito tempo na vida de uma pessoa. É muito tempo na vida dos nossos. E todos os dias peço que, quando acabar o curso, não seja tarde de mais para muita coisa. Apesar de saber que, depois, vou falhar jantares, Natais e aniversários, vou ser a mãe que nunca está em casa, a filha que está a tratar desconhecidos quando os pais precisam dela; vou ter horas extraordinárias obrigatórias e urgências, trabalhar mais de 24h porque não há saídas de banco, vou ficar até mais tarde porque estou preocupada com o Sr X, doente da cama 7. E isto vai trazer-me, espero, muita coisa boa, vai-me fazer sentir realizada, se não conseguir salvar todas as vidas, ao menos que melhore muitas - mas também me vai tirar qualidade de vida, horas de sono e dores de cabeça.

Se quero ter emprego e uma remuneração acima do ordenado mínimo por isso? Quero. Estudei e estudo, esforcei-me e esforço-me, porque não hei-de colher o fruto do que semeei? Porque não hei-de ambicionar ter poder económico para compensar os meus pais do esforço que fazem a sustentarem-me agora? Há maus médicos? Há! Mas não há maus profissionais em todas as áreas? Porque não dar aos bons senão a recompensa, pelo menos o crédito pelo que fazem?

Porque é que querer trabalhar na área para a qual se estudou, com uma remuneração de acordo com as qualificações e horas de trabalho, é um direito que assiste ou deveria assistir a todos os profissionais e na classe médica é "tudo comer pela ditadura do acto médico"? 
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03 junho 2012

Grown ups

1. Pais que levam os filhos ao restaurante e fazem uma barulheira - os pais, não os filhos - daquelas que dá vontade de fugir dali a correr

2. Mulheres com conversas pseudo espirituais, em volume máximo, num lanche que se procurava calmo, a fazer perceber porque é que há quem diga que um Deus é um amigo imaginário colectivo

3. Celebrações, presumo, em pleno Chiado, a única coisa que ainda vai fazendo acreditar que adultos podem brincar e divertir-se sem má educação nem pseudo intelectualismos histriónicos. A conferir na foto.


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01 junho 2012

Playlists, Curtas & TGIF

1. Pessoas do mundo: mais Gotye com o somebody não sei quê no facebook não, sff. Ou sou a única que sente que 90% do Face já partilhou?

2. Cada vez tenho menos paciência para as pessoas que se gabam a si mesmas. E começo a achar que só têm credibilidade para elas próprias.

3. As Sextas agora têm o sabor especial de countdown. Se vivesse numa caverna fazia tracinhos na parede.

4. Sestas de 10 minutos têm tanto de proveitoso como de masoquista, mas ajuda a lidar com as poucas horas de sono à noite.

5. Estou a fazer uma playlist para me ajudar a manter a sanidade mental nas próximas semanas e futuros meses. Aceitam-se sugestões.
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28 maio 2012

De maneira que é isto


Fuck you, I won't do what you tell me!



E por favor dai-me forças para não deixar de ser assim.
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24 maio 2012

Hold on



(Please)
"Bless my mind. 
I got so much to do, I ain't got much time 
So, must be someone up above saying "Come on girl! You 

got to get back up!!" 
"You got to hold on..." 

E não, não estou só a pedir neurónios para meter neles tudo o que preciso, mas sim, sobretudo, para que nada de importante me escape.

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23 maio 2012

Descubra as diferenças...

At 9Gag

At Mx3's
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21 maio 2012

Em resumo...

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20 maio 2012

Toca a mudar o hino!!!!!! :) :)


E em 2012 quando venceste aquela taça!

BRIOOOOSSSAAAAAAAAA!!!!!!!

(E assim se fala de futebol neste blogue)
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18 maio 2012

It's been a hard day's night


Esta foi das semanas mais loucas que já tive, pelo menos que me consiga lembrar.

Vejamos: no fds o P foi de viagem de trabalho, o que além de alterar rotinas, causa saudades a partir do 1º segundo. Passei o fds em working hard mode. Na Segunda-feira a R saíu daqui já passava das 2 a.m. por causa do trabalho que apresentamos no serviço na Terça.

Entre Terça e Quinta, foi ultimar os pormenores para a defesa da minha tese e ler artigos desenfreadamente. Lembro-me de numa altura qualquer pensar que não podia parar porque, se me encostasse, dificilmente conseguiria voltar a mexer-me - o que me fez pensar na sorte que tenho em, no geral, quando me sinto mesmo cansada, poder "descansar 5 minutos".

Claro que, por entre isto tudo, houve o trabalho normal de enfermaria, com diários clínicos para escrever, doentes para "fazer a passagem" e 3 sessões do curso que estou a fazer.

Dormi no máximo 6h por noite - mas em geral não passou das 4h. Fiquei com a cabeça num molho de bróculos....


Felizmente correu tudo bem e é este o balanço da semana:
- Acabei mais um estágio (o penúltimo!)
- Já sou mestre! (E a minha orientadora não poderia ter sido melhor!)
- Não sei como mas pelo meio consegui acabar de ler o Persepolis (...) - quando tiver paciência venho cá contar
- Recebi imenso apoio dos amigos e colegas, que de uma forma ou de outra festejaram comigo ter dado mais este pequeno passo
- Recebi também imenso apoio dos meus pais - apesar de falar com eles quase sempre a correr
- O P, mesmo do outro lado do mundo, está cada vez mais perto de mim.

E agora, se me dão licença, vou continuar a ignorar mais um bocadinho (cof cof) a pilha de H que entretanto acumulou....

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11 maio 2012

Even when it's harder

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07 maio 2012

Os livros buchas e o The sense of an ending



Um dos motivos para ter decido pôr em suspenso a saga Songs of Ice and Fire foi o facto de serem livros buchas. Não me interpretem mal, se homens não se medem aos palmos, o mesmo se pode dizer dos livros, mas precisava de me sentir a variar de história - de preferência com mais alguma rapidez, pronto.

O problema é que, pelo meio, li 2 livros grandinhos - o Blankets, leitura mais rápida por ser BD e o The Physician - ele próprio gorducho para umas 700 páginas. De maneira que achei que estava com livros buchas a mais no reportório - basta dizer que, até Novembro, estou de mãos dadas (e neurónios, espero) com o Mr. H, o bucha-mor, que ainda por cima é picuinhas - uma combinação sempre explosiva.

Assim sendo, não foi inocente a passagem deste The Sense of an Ending, chegado de fresco da Feira do Livro, para o topo da pilha-de-espera. É que é pequeno, estão a ver?

Em cerca de 150 páginas, Julian Barnes conta, primeiro, uma história da sua adolescência; na 2ª parte do livro,  é de novo confrontado com esse passado a que a memória deu contornos enganosos. É um livro sobre o remorso, o sentido da vida e as escolhas que, ao longo da mesma, vamos fazendo.

Com alguns momentos mais inesperados e capaz de, a espaços, agarrar bem o leitor, ainda assim confesso que esperava mais deste vencedor do Man Booker Prize (sempre uma referência por estes lados) de 2011.

(Entretanto já comecei o Persepolis, do qual ainda só li umas 60 páginas, mas que não está, de todo, a encher-me as medidas... A ver vamos)

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02 maio 2012

Curtas de Maio

Acordar cedo é uma tarefa cada vez mais difícil - dou n murros ao despertador e levanto-me no limite dos limites... Claramente tenho que melhorar isto.

Devo ter desenvolvido anticorpos para a cafeína, pelo que me vou rendendo à evidência de que, em certas alturas, a única solução é mesmo dormir. Mas que sou uma noctívaga incorrigível, não há dúvidas.

Este ano é mesmo uma maratona; é preciso manter um passo certo, ritmado, mas as próximas semanas vão exigir (ainda) mais de mim - de momento a estratégia é mesmo go with the flow, um dia de cada vez, sem pensar demasiado nisso. Há que manter a sanidade mental.

Gosto da pilha de livros que adquirimos na Feira do Livro. O Fables que era meu e agora é dele, o Maus que é dele mas eu vou ler, o Persepolis que comprei para mim porque me persegue há anos e que ele não quer ler - mas se for mesmo bom ainda o convenço -, o Hunger Games que eu só leio se ele me convencer e por aí fora. É bom saber que alargarmos os horizontes um do outro e ver isso espelhado em coisas tão simples como a estante.

A cadeia de supermercados com nome contrário de amargo deu um golpe publicitário do melhor que já vi; abriu os noticiários em horário nobre e hoje não se falava de outra coisa. Tenho pena daqueles que, como eu, não soubessem da promoção e que tenham tido o azar de lá pôr os pés - o que felizmente não foi o meu caso.

Começo a achar que a coisa que mais se perde com a idade é a paciência.

Vou-me ao que me espera...




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30 abril 2012

Vai-te emboooorrraaa!!!!

Eu já tenho os estágios, a tese, o curso, o inesgotável H, trabalhos, apresentações. Os meus dias têm geralmente 15h non stop.
Faço questão de manter as minhas leituras nocturnas, seguir uma meia dúzia de séries, combinar uns jantares, cafés, almoços, passeios, namorar, escrever, ter tempo para mim e para os meus.
Tudo isto ocupa-me o tempo quase todo. O que sobra é para dormir.

De maneira que eu vinha cá queixar-me do vírus que agora decidiu roubar-me tempo de sono e de tudo, já que isto de estar sempre a limpar o nariz é uma perda de tempo evidente.

Mas depois decidi que lhe ia dar um pontapé no rabo com cafeína e cêgripe e repetir o processo até o sacana perceber que claramente se alojou no hospedeiro errado.

Por isso, meu rapaz, põe lá a trouxa às costas e desampara-me a loja. Conheço uma série de hospedeiros que ficarão felizes de te albergar e assim terem desculpa para não fazer nenhum. E nem precisas de muitas cópias.
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23 abril 2012

O médico de Ispahan


"O médico de Ispahan", previamente conhecido, devido a um erro de tradução, como "O Físico", conta a história de Rob Cole, um rapaz inglês que, depois de ficar órfão, se junta a um Barbeiro-Cirurgião, mentor de malabarismos e artes da cura. É junto do Barbeiro que Rob descobre que tem um dom especial, possível maldição convertida em talento quando ele decide atravessar o mundo para aprender Medicina na Pérsia, com Ibn Sina.

É este o mote para uma longa viagem, uma travessia por diferentes hábitos e culturas, onde a religião tem um papel que é, a espaços, conflituoso e unificador. Numa era em que a Medicina é mais intuída do que científica, Rob / Jesse desafia as leis para tentar descobrir o que causa a  Doença do Lado - uma doença que começa com vómitos e dor na parte inferior direita do abdómen, capaz de matar em poucos dias.

Sendo inegável que, para mim, o livro despertou interesse pela vertente médica e de história da Medicina, não deixa de ser uma boa leitura para todos aqueles que gostem de romances históricos e que queiram saber um pouco mais acerca de diferentes culturas e religiões.

Adenda: Habituada que estou a ler os livros nas suas versões originais e tendo lido a tradução portuguesa deste O Médico..., não deixa de ser triste perceber a fraca qualidade das nossas traduções, que quase me fizeram largar o livro na 2ª página... Sem dúvida uma leitura a repetir daqui a uns anos, mas na versão original.
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13 abril 2012

Take a deep breath


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11 abril 2012

Faz com que um dia valha a pena

Hoje é um dia em que sei, sei mesmo, que melhorei o dia de alguém.

De alguém internado, com uma situação grave. Alguém a quem estava a ser feito um procedimento com alguns riscos. Que devia estar na escola, a aprender e a brincar. E que, no fim do dia, se vai lembrar mais das brincadeiras do que dos fios, tubos e sacos.

O mérito, esse, é todo dele. E eu fico apenas feliz por ter escolhido uma vida que, não obstante tudo o resto, me permite estar presente em momentos como o que vivi hoje.
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03 abril 2012

Amigos improváveis

Ontem, aproveitando a semana mais calma para os meus lados, fomos ao cinema à noite, coisa que já não acontecia há uns bons meses.
O filme eleito foi Intouchables, filme francês que relata as peripécias de Driss, um jovem pobre dos subúrbios de Paris, quando contratado para tomar conta de Philippe, um multimilionário tetraplégico.

Desengane-se quem pensa que este é o filme com o enredo tradicional que esta primeira descrição faz adivinhar. Baseado numa história real, o filme é bem disposto - é mesmo uma comédia -, despretensioso e com actores brilhantes; faz puxar pelo lenço, sim, mas para secar as lágrimas de tanto rir.

Não é, no entanto, uma comédia de piadas fáceis e desprovidas de sentido - é antes uma autêntica bofetada de luva branca nos falsos moralismos e uma lição de vida. Afinal, qualquer um de nós pode tornar outra pessoa feliz.
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02 abril 2012

Os Ornatos e eu

Já não sei bem quando conheci Ornatos, mas pelas minhas contas terá sido aí pelo ano de 1996, quando o Punk Moda Funk começou a passar numa rádio regional, num programa de boa música portuguesa.

Comprei o Cão em K7 (gosh i feel old) e O Monstro precisa de Amigos foi a minha banda sonora no 1º ano da faculdade. Nessa altura já os tinha visto em palco algumas vezes e revi-os mais vezes ainda em Coimbra; os concertos foram tantos que, desconfio, foi a banda que mais vezes vi ao vivo. Todos os concertos acabavam com o Manel Cruz em tronco nú e eu cansada de tanto saltar.

Não saberia escolher uma música deles. Se a irreverência do Punk Moda Funk me chamou a atenção, o ambiente de A Dama do Sinal cativou-me, o pragmatismo de O Amor é isto e Débil Mental agarraram-se a mim como uma tatuagem, a simplicidade de Raquel e Letra S continuaram a ser trauteadas ao longo dos anos. Já com o Monstro, se Ouvi Dizer se tornou um hit nacional, por cá foi a Chaga a deixar marcas tão fortes como o nome, o Capitão Romance, que detestei na 1ª vez que ouvi, a fazer-me rir tantas vezes, o Dia Mau a ser lembrado com resignação dos dias que lhe fazem jús ao nome.

É também uma banda feita de muitas pessoas. Colegas de liceu, de faculdade, amigos, desconhecidos, é tanta a gente que cabe, que poderia ter uma música para cada um, mesmo que para isso fosse necessário recorrer aos temas fora de álbum, como a versão (fabulosa) do Circo de Feras ou o intemporal Tempo de Nascer.

Por isso, e apesar de o concerto de regresso aos palcos (?) ser em vésperas do Dia H, decidi que tinha que ir e foi de mau humor que recebi ontem ao fim da tarde, depois de um fim de semana passado longe do mundo, a notícia de que mais de 70% dos bilhetes estavam vendidos. Cheia de auto comiseração e rendida às evidências de que o Karma, esse sábio sacana, me estava a mandar ficar em casa nas vésperas do Dia H, acabei por ser arrastada pelo P. até à Fnac mais próxima, depois da confirmação por telefone de "há menos de 200 bilhetes".

Lá fomos, a correr. Dos momentos de espera na fila da bilheteira, hei-de sempre lembrar-me dos putos que estavam à nossa frente, a pedir bilhetes para o mesmo concerto, enquanto eu, de prego a fundo no mau feitio, resmungava "mas esta gente ainda andava de fraldas quando os Ornatos existiam, saiam mas é da frente". E do apagão que durou um nano-segundo e me provocou uma pequena arritmia. E que, se não fosse o P., eu não tinha de certezinha bilhetes a esta hora.

Porque o Amor é isto não está disponível no tubo, fica a música para embalar essas núvens indecisas que andam por aí a passear...

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30 março 2012

Novo vício musical...


"It's better to burn out
Than to fade away"


E promete rodar por uns tempos...
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27 março 2012

A prova de que ser aluno de Medicina mudou muito pouco ao longo dos tempos

Ao longo dos tempos, o aluno de Medicina sempre fez figura de parvo:

".... e os estudantes de Medicina servem como funcionários no hospital. Os médicos visitam o hospital (...) e os estudantes colam-se a estes homens, que lhes permitem examinar pacientes e propor tratamento. Os médicos fazem intermináveis perguntas instrutivas. É uma esplêndida oportunidade para se aprender ou - mostrou um sorriso azedo - para fazermos de nós próprios uns estúpidos completos."

(O que eu me ri com esta parte...)

Sempre teve a casa desarrumada:

"Ter-lhe-ia agradado tornar a pequena casa (...) melhor (...). O trabalho teria levado alguns dias, no máximo, mas uma hora tornara-se uma comodidade preciosa, e assim os peitoris das janelas continuavam por reparar (...). O homem fez-lhe uma mesa de madeira (...) e uma cadeira de pinho ao estilo europeu. Comprou alguns utensílios de cozinha (...). Para além disso, preocupava-se tão pouco com a casa que poderia ter estado a viver numa caverna".

Não perde tempo com (quase) nada:

"Vendeu o burro e a mula para não ter de perder tempo a tratar deles e a dar-lhes de comer. Comia as suas refeições rapidamente e sem prazer, e na sua vida não havia lugar para a frivolidade."

Adormece por cima dos livros:

"Todas as noites lia até não poder mais, e aprendeu a colocar quantidades minúsculas de azeite nas suas lamparinas, para que se apagassem sozinhas depois da cabeça lhe ter caído sobre os braços e ter adormecido à mesa, sobre os livros." 

E, no fundo, quase que se mata pelo caminho:

"Agora sabia porque motivo Deus lhe dera um corpo grande e forte e bons olhos, pois forçava-se até ao limite da sua resistência ao tentar fazer de si um erudito."

Extractos retirados do livro "O médico de Ispahan", de Noah Gordon, que retrata a vida de um estudante de Medicina no ano mil e tal DC.

Poupei os extractos que provam que os professores também não mudaram assim tanto (estilo, ler 20 livros para ontem) e que tem que se saber muita coisa que não interessa (no caso, Filosofia).
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23 março 2012

O problema deve ser ele estar ocupado com outras coisas não?

E se fechei as janelas, se tranquei o carro, se desliguei o fogão, se trouxe o telemóvel, se trouxe as chaves, se...

*Mas há pouco tempo deixei a janela do carro aberta durante umas boas horas. 
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22 março 2012

Obrigada aos senhores que convocaram a greve

Finalmente consigo ter um dia para dormir mais, descansar, passear, estudar.
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21 março 2012

Porque hoje é o Dia Mundial da Poesia e é mais ou menos assim que me sinto

CansaçoO que há em mim é sobretudo cansaço — 
Não disto nem daquilo, 
Nem sequer de tudo ou de nada: 
Cansaço assim mesmo, ele mesmo, 
Cansaço. 

A subtileza das sensações inúteis, 
As paixões violentas por coisa nenhuma, 
Os amores intensos por o suposto em alguém, 
Essas coisas todas — 
Essas e o que falta nelas eternamente —; 
Tudo isso faz um cansaço, 
Este cansaço, 
Cansaço. 

Há sem dúvida quem ame o infinito, 
Há sem dúvida quem deseje o impossível, 
Há sem dúvida quem não queira nada — 
Três tipos de idealistas, e eu nenhum deles: 
Porque eu amo infinitamente o finito, 
Porque eu desejo impossivelmente o possível, 
Porque quero tudo, ou um pouco mais, se puder ser, 
Ou até se não puder ser... 

E o resultado? 
Para eles a vida vivida ou sonhada, 
Para eles o sonho sonhado ou vivido, 
Para eles a média entre tudo e nada, isto é, isto... 
Para mim só um grande, um profundo, 
E, ah com que felicidade infecundo, cansaço, 
Um supremíssimo cansaço, 
Íssimno, íssimo, íssimo, 
Cansaço... 

Álvaro de Campos
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13 março 2012

Songs for 2012 - IV

Where i want to be is...


Keeps me moving.
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09 março 2012

The saddest song*

Já vi por aí várias listas de "músicas mais tristes de sempre" e etc, mas este nunca está incluída. E sem ela nenhuma lista está completa...



*Título roubado à música dos Morphine que, por sinal, é bem mais animadita...
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Olhem lá a vossa (e minha...) cara por hoje ser Sexta - 2

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26 fevereiro 2012

Sobre o número de vagas em Medicina

A recente publicação nos diferentes jornais online da posição da ANEM (Associação Nacional de Estudantes de Medicina) sobre o aumento dos números clausus deu origem a um infindável jorrar de comentários nos quais os estudantes de medicina são alvo de crítica e apelidados de escória, fascistas, mercenários - e isto para citar apenas alguns exemplos. Há até quem defenda o fim da profissão (!).

Ora vamos lá ver:

1. Proteccionismo? De quem?

Acusam os estudantes de Medicina de proteccionismo, mas pensem lá comigo:

Licenciatura: 6 anos
Ano Comum: 1 ano
Especialidade: No mínimo 4 anos

Um aluno que esteja agora, por exemplo, no 5º ano, vai estar a acabar a especialidade quando quem entrar no próximo ano lectivo estiver a acabar a licenciatura - e um recém licenciado não tira emprego a nenhum especialista.

2. Proteccionismo? E porque não?

Tentar impedir a formação das pessoas para o desemprego não é um erro. Antes pelo contrário. Todos os professores, advogados e engenheiros deste país deviam ter tido a sorte que alguém pelo menos tentasse fazer o mesmo nas suas áreas. E não me venham com lirismos - ninguém quer estar anos a estudar para ficar sem emprego.
Os números clausus deveriam reflectir as necessidades. Num país onde o Primeiro Ministro é o 1º a assumir a sua incapacidade de mudar a situação económica e pede aos jovens para emigrar, a população em geral prefere voltar-se contra os únicos que ainda parecem ter alguma esperança de empregabilidade - e assim ver o dinheiro dos seus impostos a ser desperdiçado em licenciaturas que, no fundo, são um investimento sem retorno, pois os licenciados não encontram emprego na sua área.

3. Qualidade de ensino - não é mentira, está mesmo a ser posta em causa

As faculdades não são elásticas. De momento, os anfiteatros estão pelas costuras, de forma que os alunos têm muitas vezes que se sentar no chão. É cada vez maior o número de alunos por tutor e sim, isso compromete a capacidade de ensino. Até porque há bom senso - e não se submete o doente a 10 exames objectivos sob mãos diferentes. Assim sendo, perdem-se casos, perde-se experiência.
O meu ano foi o 1º em que não houve autópsias - precisamente por já sermos muitos. Somos tantos alunos nos hospitais que começam a circular piadas do tipo "ficas tu com a metade esquerda e eu com a direita".

Posto isto, não me venham dizer que não interessa a qualidade do ensino ser prejudicada e que isso acontece também noutras licenciaturas. A falta de experiência é o 1º passo na direcção do erro! E é do interesse de todos que os médicos tenham a oportunidade de a adquirir.

Não me venham com conversas - num momento de necessidade, todos queremos que o médico que nos atende seja o mais competente possível. Há, claro, pessoas competentes e incompetentes em todo o lado. Há médicos que não mereciam um ordenado ao fim do mês? Haverá, certamente. Mas há também muitos cuja dedicação e empenho não encontram remuneração suficiente em nenhum escalão de ordenados.

Há queixas em relação à falta de especialistas, mas não vi ninguém contra o aumento de vagas para Medicina Geral e Familiar em detrimento de outras especialidades. A formação complementar nas diferentes especialidades está de momento a ser posta em causa, precisamente porque os hospitais com capacidade formativa não têm capacidades para receber tantos recém-licenciados - pois então que se dê capacidade formativa a outros hospitais. Não há falta de médicos, há má distribuição - e esse deveriam ser a verdadeira luta de todos.

A formação de um médico dura, no mínimo, 11 anos - e gostava de saber quanta gente estaria disposta a semelhante sacrifício para depois ir para o desemprego. E não me venham dizer que quem entra em Medicina o faz pelo dinheiro - há de tudo, como em todo o lado. Se queremos emprego garantido? Claro, como qualquer pessoa, licenciada ou não, quer. Porque haveriam os médicos de ser diferentes?

A população portuguesa, em vez de defender aquele que é o melhor serviço público do país - o SNS - prefere esfregar as mãos de contente perante a possibilidade de os médicos não terem emprego. Já que estamos mal, eles que fiquem mal também.

Num país em que fica tudo indignado porque o ex-primeiro ministro tem um diploma passado num Domingo, não há indignação pelo facto de se estar a por a causa a qualidade do diploma de quem lhes trata da saúde - o que, convenhamos, é capaz de ser bem pior.
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22 fevereiro 2012

Blankets



Acabei de o ler há uns dias e ainda não estou certa de conseguir transmitir o tanto que este livro me marcou.

Se, por um lado, foi um comic book que descobri por mim (não foi, como é hábito, recomendado por terceiros - que eu não costumo ler bd), foi também uma espécie de amor à primeira vista. Encontrei-o por acaso, peguei-lhe, empatia imediata - e nunca mais me saiu da cabeça.

Blankets é também uma bd fora do normal - não há super-heróis, personagens fictícias ou vilões. Aliás, é uma autobiografia do autor. É um livro como outro qualquer, que podia estar escrito em texto corrido, mas que por mero acaso, foi desenhado, ilustrado - e de uma forma soberba. As palavras são um mero complemento, ainda que marcantes e certeiras.

Os sentimentos têm um cenário que os acolhe, as emoções revelam-se em diferentes padrões que lhes são associados. É quase uma sinestesia onde o 1º amor e a descoberta do "eu", à revelia de uma educação profundamente religiosa, se cruzam a preto e branco num livro que não precisa de cores. Pelo meio, são inúmeras as referências à cultura indie-pop dos anos 90 que surpreendem o olhar atento.

Ao chegar ao fim fiquei triste, porque nunca mais o vou poder ler pela 1ª vez. E isso é o melhor que se pode dizer de um livro. Tornou-se um livro-amigo.

Incerto, a espaços crú, sobretudo ternurento - a apreciar lelicada e completamente, como todos os outros bons momentos da vida. Ainda que sejam temporários. Ou por isso mesmo.
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Conclusões do Carnaval

1. Este deve ter sido um dos Carnavais mais caros de sempre. Os custos inerentes à abertura de infraestruturas não devem ter compensado. Atente-se, por exemplo, no Metro de Lisboa - teve a rotação normal para um dia de semana e a afluência de um Domingo. Prejuízo.

2. Tudo o que é informatizado não estava programado para que o dia de ontem fosse um dia de trabalho. Existem por exemplo programas que não permitiam qualquer tipo de marcação para a data. Os parquímetros colaboraram - punham-se 20 cêntimos e a coisa estava paga até ao dia seguinte (portanto, hoje) de manhã. Prejuízo.

3. Não li ainda notícias sobre o assunto, mas suponho que, ainda assim, a afluência aos festejos tenha sido inferior ao normal. Logo, prejuízo também.

Eu não gosto do Carnaval. Mas a expressão  "É Carnaval, ninguém leva a mal" este ano teve o seu expoente máximo de inadequação. É que, Sr Ministro, levamos todos a mal. Quem foi trabalhar e quem não foi. Estas coisas, a serem bem feitas, têm que ser programadas. Antecipação é a palavra de ordem.

Apesar de nunca ter vistos tantos mascarados nos diferentes locais de trabalho, os políticos deste País não devem ter precisado de máscara para se verem ao espelho e perceberem o efeito prático das suas decisões.


Uma palhaçada, portanto.
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17 fevereiro 2012

Olhem lá a vossa (e minha...) cara por hoje ser Sexta

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15 fevereiro 2012

Dos dias...

Jantares com casais amigos, jantares românticos (sem ser no dia de S. Valentim, claro, para ser do contra); cafés, lanches, almoços, conversas. Tempo para os outros e para nós. Estágios, cursos, páginas que se vão lendo do enfant terrible. Passeios, séries em dia, filmes. Surpresas boas, brunch, caminhar lado a lado, de mãos dadas.

Pelo meio ainda tempo para acabar este:

Ler este:
E começar o muito aguardado:
Descobrir músicas fantásticas, como esta:



" And you are the wolf
And i am the moon
And in the endless sky we are but one
(...)
There  will never be a dawn that breaks the spell surrounding us"

E sim, tenho dormido qb, obrigada!

=)
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10 fevereiro 2012

Reacções ao Harrison

Reacções ao Harrison
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07 fevereiro 2012

Das coisas que eu gosto - 2

No carro de manhã, a caminho do hospital e ouvir esta música na rádio.
Valeu-me um sorriso nos lábios, que felizmente perdura - muito graças à frase em destaque, que me diz muito de momento.
Tudo graças ao Zé Pedro e ao rock'n'roll na Radar.


"I have my freedom but i don't have much time"
"The wild horses - we'll ride them someday"
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04 fevereiro 2012

Maybe someday...

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27 janeiro 2012

O País que temos...

O Alberto João faz um buraco na Madeira e um orçamento que não é tapa-buracos. Resultado? Vai o continente tapar o buraco da Madeira com um empréstimo de 1500 milhões (fdxxx que estamos ricos!!!) em troca de se cumprirem algumas medidas de austeridade já em prática no continente.

Entretanto, há uma escola cheia de buracos que ninguém fez, buracos do tempo e da velhice e não há dinheiro para obras.

Mas bem, mais vale o Alberto João manter as costas quentes do que estes miúdos não terem frio na escola.

Pfff.
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26 janeiro 2012

No fundo, funciona mais ou menos assim...

(Mas reverte à medida que o nível de cafeína desce....)
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25 janeiro 2012

Das coisas que eu gosto - 1

Descobrir uma música na qual fico imediatamente viciada.

A última foi esta.



"Before i let one more tear hit the ground
I will be the one standing between you and the sound of the rounds"
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23 janeiro 2012

Nana e eu

Estava eu a acender a luz do candeeiro da secretária quando a Nana gata salta para cima da mesma, para o mesmo sítio - no preciso momento em que eu estava a recolher a mão. De maneira que o meu antebraço levantou-lhe o corpo e ela, depois de uns contorcionismos patéticos, caíu no chão - de pé, claro, que é felina!

Resultado: eu, agarrada a ela, a pedir desculpas e cheia de lágrimas - de tanto rir, pois claro, enquanto ela olhava para mim com um ar indignadíssimo.

Algo me diz que vou ser uma péssima mãe em certas circunstâncias...


Agora vou mas é ficar alerta não vá ela decidir vingar-se...

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19 janeiro 2012

Songs for 2012 - III

"Now i'm not looking for absolution
Forgiveness for the things i do
But before you come to any conclusions
Try walking in my shoes"
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18 janeiro 2012

Songs for 2012 - II


"Wash it out, wash it out, wash it out"
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17 janeiro 2012

Songs for 2012 - I

Porque mesmo quando se ouve poucas vezes música, ela está acumulada na nossa memória e todos os dias vem lá do fundo uma música qualquer, que é sempre a melhor que podia ser. They keep me walking.

"Tastes like fear"
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11 janeiro 2012

Ferreira Leite defende que doentes com mais de 70 anos paguem hemodiálise

O título é desta notícia, no jornal Público.

Lendo o texto todo, percebe-se facilmente aquela que é, desde há muito tempo, a intenção do PSD: privatizar o SNS.

Eu sei que estamos em crise, que o SNS é caro e que, efectivamente, há pessoas isentas e que têm todas as condições para pagar. Mas são excepções. A grande maioria dos doentes que aparece nas urgências dos hospitais públicos não consegue pagar os medicamentos. A verdade é essa.

Os tempos de crise têm sempre um lado positivo: a outra face da moeda. A criatividade que, pressionada pela necessidade, vem ao de cima. Sempre acreditei que era nos tempos mais difíceis que o melhor das pessoas vinha ao de cima, e é. Mas também é quando as pessoas mostram o seu pior - o que, curiosamente, parece acontecer acima de tudo na classe política.

Numa altura em que as condições do trabalho médico estão a piorar substancialmente, estão prestes a tirar-nos aquilo que ser médico tem de melhor: é a melhor profissão do mundo. E não falo de emprego, de remunerações ou de estatuto. Falo da capacidade que temos de ajudar uns e outros, independentemente da classe social, da cor, da fé.

Um sistema de saúde como MFL quer - nas suas próprias palavras "Tem sempre direito se pagar" - é um sistema que discrimina e exclui.  Que vai contra o Juramento feito pelos médicos e, em última análise, contra aquilo que é - ou deveria ser - a maior qualidade humana: a capacidade de ajudar o próximo. Ainda por cima feito por quem tem as costas quentes - que é como quem diz, capacidade económica de aceder aos privados - não obstante a capacidade e a qualidade dos hospitais públicos ser igual ou superior.

Na Doença Renal Terminal, há 2 opções de tratamento: a diálise ou o transplante. Ponto final. Sem estes, o doente morre. Quem vai dizer ao doente que a sua vida só pode ser salva se tiver dinheiro para isso?

Na minha opinião, todos os dirigentes políticos deveriam fazer uma urgência de 24h antes de abrirem a boca. E serem eles a dizer ao ser humano que têm à frente, um pessoa igual a eles em tudo, que decidiram que a vida de cada um tem um preço estabelecido em função da conta bancária.
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10 janeiro 2012

De maneira que é isto

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03 janeiro 2012

As convenções sociais e as horas de acordar



Umas das convenções sociais que mais me chateia - até porque não tenho que usar fato e gravata - é esta coisa do de manhã é que é, de manhã é que se trabalha.

Tenho a dizer sobre isto que cada um de nós tem o ritmo biológico que pode e não o que quer e eu não me importava nada de ser um desses seres que acorda feliz da vida antes do sol despontar e se deita cedíssimo.

Já sei que saíu por aí um estudo a dizer que as corujas são mais inteligentes - mas devem ter incluído no estudo apenas corujas que trabalham como guardas nocturnos, porque isto da privação de sono dá uma burrice e apatia generalizadas.

Pronto, e era só isto. Vou continuar aos murros no despertador a vida toda. As produtoras de café agradecem.



*Ah!, e essas do deitar cedo e cedo erguer dá saúde e faz crescer, pois sim, só funciona para quem se deita cedo mesmo.
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02 janeiro 2012

2011-2012

Eu sei que isto pode não vos dizer muito, mas um blog tem também o seu quê de diário e um dia, quando voltar aqui, sei que vou gostar de ler isto, por isso cá vai.

2011 foi o ano em que:

- Estive pela primeira vez num sítio com muita, muita neve e vi nevar mesmo a sério
- Experimentei fazer snowboard - e não me matei nem tive um EAM
- Conheci melhor o Algarve, regressei a Odeceixe e fui (finalmente!) a Évora
- Fiquei viciada nos jogos Dominion, Game of Thrones e Guillotine
- Aprendi a bater o pé e que com isso podemos ganhar paz
- Vi filmes como o Kikujirô no natsu e o Midnight in Paris
- Caí e me levantei - pois que remédio!
- Comecei a ler a saga Songs of Ice and Fire - e continuo-, li o Shogun, o The Catcher in the Rye e o House of Gods,...
- Conheci Londres e obtive a minha primeira graduação em Jodo
- Compramos um Kindle
- Pensei pela primeira vez que posso vir a não ter emprego
- Fiz 30 anos (e ainda não me recompús)
- Comi uns belos brunch
- Percebi o quanto preciso de um pouco de beleza nos meus dias
- Ouvi The Queen como uma maníaca - e dei por mim dentro de um elevador, a ouvir a Bohemian Rhapsody e a pensar que por mim aquilo encravava 5 minutos para eu poder descansar
- Fiquei desmotivada e voltei a motivar-me x 1000
- Tomei decisões importantes
- Descobri o 9gag (....)
- Relativizei e gostei
- Comecei a jogar regularmente no euromilhões e totoloto
- Vi outra vez a PJ Harvey ao vivo
- E tantas, tantas outras coisas...

Podia dizer que, em 2012, gostava de ter mais tempo para mim, para nós e para os meus; mais tempo para ler, escrever e ouvir música; ir a mais concertos, viajar mais, ter mais dinheiro para dar prendas a mim e aos outros; ter outro gato, ter um cão, tirar mais fotos; sentir-me menos cansada e ensonada - ou por milagre passar a precisar de dormir apenas 5 horas por noite; deixar de fumar, fazer uma alimentação saudável, ser mais organizada, menos insegura, menos preguiçosa; ter a casa sempre arrumada ou expulsar de vez os duendes que a desarrumam - que eu não sou, claro.

Mas 2012 vai ser um ano de mais trabalho e (muito) mais estudo - ou não fosse o Ano Harrison e, como não sou masoquista, nem vou pensar nessas coisas. Por isso peço saúde para mim e para os meus, que sem isso nada feito, estabilidade familiar, emocional e económica qb e, enfim, felicidade - dentro do possível nas circunstâncias previstas.

Rendida às evidências, reconheço que, se o Harrison for a pior coisa do meu ano (que vai ser mauzinho mesmo que corra bem - e espero que sim) já não é nada mau. Nada mau mesmo.
Quanto ao resto... Vamos vendo e vivendo!

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